quarta-feira, 24 de novembro de 2010

AULA 11/11/2010

AUTO-IMUNIDADE


Conceito

·         Autoimunidade é uma resposta imune específica contra um antígeno ou uma série de antígenos próprios.
·         Doença Autoimune é uma síndrome provocada por lesão tissular ou alteração funcional desencadeadas por uma resposta autoimune.


A principal função do sistema imune é distinguir antígenos estranhos (agentes
infecciosos) de componentes próprios (“self”) presentes nos diferentes tecidos.
O sistema imune adquire auto-tolerância (não responde ao próprio):
1) pela deleção clonal de linfócitos T auto-reativos;
2) pela deleção clonal de linfócitos B auto-reativos;
3) pela supressão funcional de linfócitos T e B auto-reativos.


Doenças órgão-específicas:

  • Tireoidite de Hashimoto
  • Mixedema primário
  • Doença de Graves
  • Anemia perniciosa
  • Doença de Addison
  • Miastenia Grave
  • Diabetes Melito insulino dependente
  • Síndrome de Goodpasture

Doenças autoimunológicas sistêmicas ou não-órgão específicas:

  • Artrite Reumatóide
  • Lúpus Eritematoso sistêmico   



Referências: http://www.doencasdofigado.com.br/Autoimunidade.pdf



domingo, 21 de novembro de 2010

AULA 19/11/2010

CONTINUAÇÃO DAS REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE

Hipersensibilidade tipo II

Hipersinsibilidade tipo II também é conhecida como hipersensibilidade citotóxica e pode afetar uma variedade de órgãos e tecidos. Os antígenos são normalmente endógenos, embora agentes químicos exógenos (haptenos) que podem se ligar a membranas celulares podem também levar a hipersensibilidade tipo II. Anemia hemolítica induzida por drogas, granulocitopenia e trombocitopenia são exemplos. O tempo de reação é minutos a horas. A hipersensibilidade tipo II é primariamente mediada por anticorpos das classes IgM ou IgG e complemento (Figura 1). Fagócitos e células K também participam (ADCC).


Fig. 1 Mecanismo de citotosicidade tipo II


A lesão contém anticorpos, complemento e neutrófilos. Testes diagnósticos incluem detecção de anticorpos circulantes contra tecidos envolvidos e a presença de anticorpos e complemento na lesão (biópsia) por imunofluorescência. O padrão de coloração é normalmente suave e linear, tal como visto na nefrite de Goodpasture (membrana basal renal e pulmonar) (figura 2A) e pênfigo (proteína intercelular da pele, desmossomo) (figura 2B).


Fig. 2A Coloração imunofluorescente de imunoglobina G.


Fig. 2B Imunofluorescência para penfigo vugar.

Tratamento envolve agentes anti-inflamatórios e imunosupressores.




HIPERSENSIBILIDADETIPO III 


Hipersensibilidade tipo III é também conhecida como hipersensibilidade imune complexa. A reação pode ser geral (ex. doença do soro) ou envolve órgãos individuais incluingo pele (ex. lupus eritematoso sistêmico, reação de Arthus), rins (ex. nefrite do lupus), pulmões (ex. aspergilose), vasos sanguíneos (ex. poliarterite), juntas (ex. artrite reumatóide) ou outros órgãos. Esta reação pode ser o mecanismo patogênico de doenças causadas por muitos microrganismos.
A reação deve levar 3 - 10 horas após exposição ao antígeno (como na reação de Arthus). É mediada por complexos imunes solúveis. São na maioria de classe IgG, embora IgM possa estar também envolvida. O antígeno pode ser exógeno (bacteriano crônico, viral ou infecções parasitárias), ou endógeno (autoimunidade não órgão-específica: ex. lupus eritematoso sistêmico, LES). O antígeno é solúvel e não ligado ao órgão envolvido. Componentes primários são complexos imunes solúveis e complementos (C3a, 4a e 5a). O dano é causado por plaquetas e neutrófilos (Figura 4). A lesão contém primariamente neutrófilos e depósitos de complexos imunes e complemento. Macrófagos infiltrantes em estágios avançados podem estar envolvidos no processo de recuperação.
A afinidade do anticorpo e tamanho dos complexos imunes são importantes na produção de doença e na determinação do tecido envolvido. O diagnóstico envolve exame de biópsias do tecido para depósitos de Ig e complemento por imunofluorescência. A coloração imunofluorescente na hipersensibilidade tipo III é granular (ao contrário da linear no tipo II como visto na síndrome de Goodpasture). A presença de complexos imunes no soro e diminuição do nível do complemento também são diagnostigadores. Turbidez mediada por polietileno-glicol (nefelometria), ligação de C1q e teste celular de Raji são utilizados para detectar complexos imunes. O tratamento inclui agentes anti-inflamatórios.


Hipersensibilidade tipo IV

Hipersensibilidade tipo IV é também conhecida como mediada por células ou hipersensibilidade tardia. O exemplo clássico dessa hipersensibilidade é a reação (Mantoux) tuberculínica (figura 3) que atinge um pico em 48 horas após a injeção do antígeno (PPD ou antiga tuberculina). A lesão é caracterizada por calosidade e eritema.


Fig. 3 Teste intradérmico para tuberculose.

A hipersensibilidade tipo IV está envolvida na patogênese de muitas doenças autoimunes e infecciosas (tuberculose, lepra, blastomicose, histoplasmose, toxoplasmose, leishmaniose, etc.) e granulomas devido a infecções e antígenos estranhos. Uma outra forma de hipersensibilidade tardia é a dermatite de contato (hera venenosa, agentes químicos, metais pesados, etc.) nos quais as lesões são mais papulares. Hipersensibilidade tipo IV pode ser classificada em três categorias dependendo do tempo de início e apresentação clínica e histológica.
Os mecanismos de dano na hipersensibilidade tardia incluem linfócitos T e monócitos e/ou macrófagos. Células T citotóxicas causam danos diretos enquanto que células auxiliates T (TH1) secretam citocinas que ativam células T citotóxicas e recrutam e ativam monócitos e macrófagos, que causam a maioria das lesões (figura 4). As lesões da hipersensibilidade tardia contém principalmente monócitos e algumas células T.





Fig. 4 Mecanismo de dano em hipersensibilidade imune complexa. 

Linfocinas importantes envolvidas na reação da hipersensitividade tardia incluem fator quimiotáctico dos monócitos, interleucina-2, interferon-gama, TNF alpha/beta, etc.
Testes diagnósticos in vivo incluem reação cutânea tardia (ex. teste Mantoux (figura 3) e teste local (para dermatite de contato). Testes in vitro para hipersensibilidade tardia incluem resposta mitogênica, linfo-citotoxicidade e produção de IL-2.
Corticosteróides e outros agentes imunossupressores são usados no tratamento.


RESISTÊNCIA E IMUNIZAÇÃO DAS RESPOSTAS IMUNOLÓGICAS ÀS DOENÇAS INFECCIOSAS

0.1 Características gerais das respostas imunológicas ao micro-organismo
  • defesa é mediada pelas imunidades natural e adquirida;
  • há diversidade e especificidade da resposta imunológica;
  • a evasão ou resistência do micro-organismo influenciam no prognóstico da doença.
0.2 Imunidade às bactérias extra celulares
  • induzem inflamação (purulentas);
  • produzem toxinas;
  • imunidade natural: ativação do complemento, fagocitose, resposta inflamatória;
  • imunidade adquirida: ação da imunidade humoral que bloqueia a infecção, neutralização de toxinas, ativação do complemento pela via clássica, produção de citocinas pelas células T que estimulam a produção de AC;
  • evasão: bactérias ricas em polissacarídeo resistem á fagocitose e inibem o complemento.
0.3 Imunidade às bactérias intra celulares
São bactérias que se multiplicam dentro dos macrófagos.
  • imunidade natural: consiste principalmente, em fagócitos e células NK que controlam o crescimento bacteriano;
  • imunidade adquirida: mediada por células citotóxicas que destroem as células infectadas.
0.4 Imunidade as fungos
Os fungos são oportunistas, pessoas com a imunidade baixa estão mais expostas a esses fungos. Exemplos de doenças: pneumocistas jiroveci.
  • imunidade natural mediada por macrófagos e neutrófilos;
  • imunidade adquirida: mediada por células T e AC.
0.5 Imunidade aos vírus
São parasitas intra celulares obrigatórios causando a lise celular que os afetam/infectam.
  • imunidade inata: ocorre a inflamação da infecção pela ação de interferon e por células NK;
  • imunidade adquirida: mediadas por linfócitos T citotóxicos além da ação de AC que neutralizam os vírus. Exemplo herps, raiva, poliomielite.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

AULA 06/11/2010

REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE

         Hipersensibilidade se refere às reações excessivas, indesejáveis (danosas, desconfortáveis e às vezes fatais) produzidas pelo sistema imune normal. Reações de hipersensibilidade requerem um estado pré-sensibilizado (imune) do hospedeiro. Reações de hipersensibilidade podem ser divididas em quatro tipos: tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV, baseados nos mecanismos envolvidos e tempo levado para a reação. Freqüentemente, uma condição clínica particular (doença) pode envolver mais de um tipo de reação.          

          
TIPOS DE REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
TIPO I – Anafilática ou imediata
TIPO II – Citotóxica
TIPO III – Imune complexos
TIPO IV – Mediada por células ou tardia


HIPERSENSIBILIDADE TIPO I

            Hipersensibilidade tipo I é também conhecida como imediata ou hipersensibilidade anafilática. A reação pode envolver pele (urticária e eczema), olhos (conjuntivite), nasofaringe (rinorréia, rinite), tecidos broncopulmonares (asma) e trato gastrointestinal (gastroenterite). A reação pode causar uma variedade de sintomas desde inconveniências mínimas até a morte. A reação normalmente leva 15 - 30 minutos para o período de exposição ao antígeno, embora às vezes possa ter início mais demorado (10 - 12 horas).
Hipersensibilidade imediata é mediada por IgE. O componente primário celular nessa hipersensibilidade é o mastócido ou basófilo. A reação é amplificada e/ou modificada pelos plaquetas, neutrófilos e eosinófilos. Uma biópsia do local da reação demonstra principalmente mastócitos e eosinófilos.
O mecanismo da reação envolve produção preferencial de IgE, em resposta a certos antígenos (alergenos). IgE tem muito elevada afinidade por seu receptor em mastócitos e basófilos. Uma exposição subsequente ao mesmo alergeno faz reação cruzada com IgE ligado a células e dispara a liberação de várias substâncias farmacologicamente ativas (figura 1). Ligação cruzada do receptor Fc de IgE é importante para a estimulação de mastócitos. A degranulação de mastócitos é precedida pelo aumento do influxo de Ca++, que é um processo crucial; ionóforos que aumentam Ca++ citoplasmático também promovem degranulação, enquanto agentes que depletam Ca++ citoplasmático suprimem degranulação.

Figura 1 Introução e mecanismos efetores em hipersensibilidade tipo I.

 Mastócitos podem ser iniciados por outros estímulos tais como exercício, stress emocional, agentes químicos (ex. meio de revelação fotográfica, ionóforos de cálcio, codeína, etc.), anafilotoxinass (ex. C4a, C3a, C5a, etc.). Essas reações, mediadas por agentes sem interação IgE-alergeno, não são reações de hipersensibilidade embora elas produzam os mesmos sintomas.
A reação é amplificada por PAF (fator ativador de plaquetas) que causa agregação plaquetária e liberação de histamina, heparina e aminas vasoativas. Fator quimiotáctico eosinofílico de anafilaxia (ECF-A) e fatores quimiotácticos de neutrófilos atraem eosinófilos e neutrófilos, respectivamente, que liberam várias enzimas hidrolíticas que provocam necrose. Eosinófilos podem também controlar a reação local pela liberação de arilsulfatase, histaminase, fosfolipase-D e prostaglandina-E, embora este papel dos eosinófilos seja questionado.
Nucleotídios cíclicos parecem ter papel significante na modulação da reação de hipersensibilidade imediata, embora sua função exata ainda não seja compreendida. Substâncias que alteram os níveis de AMPc e GMPc alteram significantemente os sintomas alérgicos. Assim, substâncias que aumentam AMPc intracelular parecem aliviar os sintomas alérgicos, particularmente os bronco-pulmonares, e são usados terapeuticamente. Contrariamente, agentes que diminuem AMPc ou estimulam GMPc agravam essas condições alérgicas.


PRODUTOS DE ATIVAÇÃO DE MASTÓCITOS
·         Hirtamina, prostaglandina, leucótrienos, que vão causar o extravasamento vascular, broncoconsturção, peristalismo intestinal.
·         Citosinas prostaglandina, leucotrienos, que vão causar a inflamação.


TRATAMENTO PARA ELERGIAS BASEADO EM ANTI – IgR
·         Os mastócitos são sensibilizados por ligações de IgE
·         Bloqueio da sensibilidade dos mastócitos por anti – IgE


TESTES CUTÂNEOS PARA ALERGIAS
            Testes incluem a detecção de AC circulantes contra tecidos envolvidos e a presença de AC e complemento na lesão (biopsia).


TRATAMENTOS PARA ALERGIAS
·         Sintomáticos: bloqueio de receptores e broncodilatadores
·         Evita a degradação de mastócitos, inibindo o influxo de Ca
·         Imunoterapia, hiposensibilização, administração de anti – IgE.


            Testes diagnósticos para hipersensibilidade imediata includem testes de pele (perfuração e intradérmico) (fig. 1A), medida de anticorpos IgE totais e anticorpos IgE específicos contra os suspeitos alergenos. Anticorpos IgE totais e anticorpos IgE específicos são medidos por uma modificação do ensaio imunoenzimático (ELISA). Níveis aumentados de IgE são indicativos de uma condição atópica, embora IgE deva estar aumentado em algumas doenças não atópicas (ex., mielomas, infecções helmínticas, etc.).


Figura 1A Visão em close de teste intradérmico com múltiplas respostas alergênicas positivas


             Ao que parece há uma predisponsição genética a doenças atópicas e há evidências de associação a HLA (A2).
            Tratamento sintomático é conseguido com anti-histamínicos que bloqueiam receptores de histamina. Cromolina sódica inibe a degranulação de mastócitos, provavelmente pela inibição do influxo de Ca++. O início tardio de sintomas alérgicos, particularmente bronco constrição que é mediada por leucotrienos, são tratados com bloqueadores de receptores de leucotrieno (Singulair, Accolate) ou inibidores de cicloxigenase (Zileuton). Alívio sintomático, embora de curta duração, da broncoconstrição é oferecido por broncodilatadores (inaladores) tais como derivados de isoproterenol (Terbutalina, Albuterol). Teofilina eleva AMPc pela inibição da AMPc-fosfodiesterase e inibe a liberação intracelular de Ca++ é também usada para aliviar sintomas broncopulmonares.
            O uso de anticorpos IgG contra as porções Fc de IgE que se ligam a mastócitos tem sido aprovado no tratamento de certas alergias, visto que bloqueia a sensibilização de mastócitos.
Hiposensibilização (imunoterapia ou dessensibilização) é outra modalidade de tratamento que é bem sucedida em algumas alergias, particularmente a venenos de insetos e, até certo ponto, pólens. O mecanismo não é claro, mas existe uma correlação entre o aparecimento de anticorpos (bloqueadores) de IgG e o alívio de sintomas. Células T supressoras que inibem especificamente anticorpos IgE também participam.

domingo, 24 de outubro de 2010

AULA 22/10/2010

Tolerância Imunológica

A tolerância imunológica é definida como não-responsividade a um antígeno, induzida pela esposição prévia a este antígeno. Quando linfócitos específicos encontram antígenos, o linfócito pode ser ativado, iniciando uma resposta imunológica a este antígeno, ou essas cpelulas podem ficar inativas ou ser eliminadas, levando á tolerância. Diferentes formas do mesmo antígeno podem induzir uma resposta imunológica ou tolerância. Antígenos que têm a capacidade de induzir tolerância são chamados de tolerógenos, ou antígenos tolerógenicos, para distingui-los dos imunógenos, que geram imunidade. Um único antígeno pode ser um imógeno ou um tolerógeno, dependendo de como ele seja reconhecido por linfócitos específicos. A tolerãncia aos antígenos próprios, também chamada de autotolerância, é uma propriedade fundamental do sistema imunológico normal.     

Tolerância central é o mecanismo através do qual as novas células T e células B tornam-se não reactivas em relação ao próprio indivíduo.
A tolerância central é distinta da tolerância periférica porque ocorre enquanto as células ainda estão presentes nos órgão linfáficos primários (timo e medula óssea), antes de serem exportadas para a periferia. A tolerância periférica é gerada depois das células atingirem a periferia. As células T reguladoras podem ser consideradas como mecanismos tanto central como periférico, já que podem geradas a partir de células T auto-reactivas no timo durante a diferenciação de células T, mas exercem a sua função de supressão imunológica na periferia ou em outras células T auto-reactivas.

Tolerância periférica é uma tolerância imunológica desenvolvida após as células T e B terem amadurecido e se movimentem para a periferia. As células são controladas através de mecanismo de tolerância periférica. Este incluem a supressão das células auto-reactivas por células T reguladoras e a geração de hiper-responsividade em linfócitos que encontram antigénios na ausência de sinais co-estimulatórios que acompanham a inflamação.

http://www.medwave.cl/medios/perspectivas/ACTASgrupoESCLEROSIS/CarcamoFigura2.


Referâncias: ABBAS K. ABUL; LICHTMAN; PILLAI SHIV. Imunologia Celular e Molecular. Editora Ltda Elsevier. RJ, 2008.


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Aula 15/10/2010


Sistema ABO

Foi no século XX que a transfusão de sangue, adquiriu bases mais científicas. Em 1900 foram descritos os grupos sanguíneos A, B e O por Landsteiner e em 1902 o grupo AB por De Costello e Starli. A descrição do sistema Rh foi posterior (1940), por Landsteiner e Wiener.
Os grupos sanguíneos são constituídos por antígenos que são a expressão de genes herdados da geração anterior. Quando um antígeno está presente, isto significa que o indivíduo herdou o gene de um ou de ambos os pais, e que este gene poderá ser transmitido para a próxima geração. O gene é uma unidade fundamental da hereditariedade, tanto física quanto funcionalmente.
O sistema ABO é um dos principais sistemas de grupos sanguíneos, pois é mais capacitado em estimular a produção de anticorpos. Neste sistema são utilizados os genes A, B e O dos quais se podem formar quatro tipos de hemácias: A, B, AB e O. No sangue estão presentes os linfócitos, glóbulos responsáveis pela produção de anticorpos que imunizam o organismo e as hemácias, cuja função é transportar oxigênio, determinar o tipo sanguíneo juntamente com o plasma sanguíneo. Este pode conter dois tipos de anticorpos denominados aglutininas ou não e da mesma forma as hemácias podem conter aglutinogênios A e aglutinogênios B. Aglutininas então são os anticorpos produzidos e aglutinogênios são os antígenos produzidos.

Pessoas do sangue tipo A possuem o aglutinogênio A,
Pessoas do sangue tipo B possuem o aglutinogênio B,
Pessoas do sangue tipo AB possuem o aglutinogênio A e B,
Pessoas do sangue tipo O não possuem aglutinogênio.

As aglutininas são responsáveis pela
proteção do organismo contra aglutinogênios estranhos. Dessa forma pode-se perceber que pessoas do tipo:

A possuem aglutinogênio A e aglutinina B,
B possuem aglutinogênio B e aglutinina A,
AB possuem aglutinogênio A e B e nenhuma aglutinina,
O não possuem aglutinogênio e aglutininas anti-A e anti-B.

Verifica-se também que pessoas do tipo:

A produzem anticorpos anti-B
B produzem anticorpos anti-A
AB não produzem anticorpos,
O produzem anticorpos anti-A e anti-B.

Pode-se dizer então que o sangue AB é receptor universal já que não produz nenhum tipo de anticorpo e o tipo O é doador universal já que não possui aglutinogênio.


dadivadesangue.blogspot.com

Referências: http://www.alunosonline.com.br/biologia/sistema-abo/

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

AULA 24/09/2010

CITOCINAS

            As citocinas são proteínas secretadas pelas células da imunidade natural e adquirida que medeiam muitas das funções dessas células. As citocinas são produzidas em resposta a microrganismos e outros antígenos, e diferentes citocinas estimulam respostam respostas diversas das células envolvidas na imunidade e inflamação. Na fase de ativação das respostas imunes adquiridas, as citocinas estimulam o crescimento e a diferenciação de linfócitos, e nas fases efetoras da imunidade natural e adquirida, elas ativam ativam diferentes células efetoras para eliminar microrganismo e outros antígenos. As citocinas também estimulam o desenvolvimento de células hematopoéticas. Em medicina clínica, as ciocinas são importantes como agente terapêuticos e como alvos para antagonistas específicos em numerosas doenças imunológicas e inflamatórias.
            A nomenclatura das citocinas é freqüentemente baseada em suas fontes celulares. As citocinas que sçao produzidas por fagócitos mononucleares eram originalmente chamadas de monocinas, e aquelas produzidas por linfócitos eram chamadas de linfocinas. Com o desenvolvimento de anticorpos anticitocina e sondas moleculares, tornou-se claro que a mesma proteína pode ser sintetizada por linfócitos, monócitos e uma variedade de células teciduais, incluindo células endoteliais e algumas células epiteliais. Desse modo, o termo genérico citocinas é o nome preferido para essa classe de mediadores. Como muitas citocinas são sintetizadas por leucócitos e atuam em outros leucócitos, elas também são chamadas de interleucinas. Esse termo é imperfeito porque muitas citocinas que são sintetizadas apenas por leucócitos e que atuam apenas sobre leucócitos não são chamadas de interleucinas, por razões histórica, enquanto muitas citocinas chamadas de interlucinas são fabricadas por um agem sobre outras células que são os leucócitos. Entretanto, o termo é útil porque, à medida que novas citocinas são caracterizadas molecularmente, elas recebem um numero de interleucina para manter uma nomenclatura padronizada. As citocinas estão sendo cada vez mais usadas em situações clínicas e em estudos animais para estimular ou inibir inflamação, imunidade e hematopoese.


            Suas ações podem ser:
- Autócrina (a célula que produziu a enzima atua sobre a própria célula que ela produziu);
- Parócrina (a ação da citocina é próxima daquela que á produziu);
- Endócrina (ela é lançada na corrente sanguínea para uma célula distante);
- Pleiotropismo (efeitos múltiplos sobre mais de um tipo celular, ou seja efeitos diversos);
- Redundância (ocorre quando duas ou mais citocinas apresentam a mesma ação “repetitivas”);
- Sinergia (citocinas diferentes apresentam efeito potencializado quando atuam juntas);
- Antagonismo (citocinas que apresentam efeitos contrários).


Classificação funcional:
  • estimulam ou inibem as reações inflamatórias
  • IL-1, IL-6, IL-12, IL-16, TNF-alfa, IFN-alfa, INF-ß.
Quimiocinas: são citocinas quimiotáticas que atraem leucócitos aos locais de infecção.
Mediadores de regulação da imunidade especifica:
  • produzem-se em resposta à activação dos linfócitos T;
  • potenciam as reacções imunitárias;
  • IL-2, IL-4, TGF-ß, INF-y.
Estimuladores da proliferação e diferenciação dos percursores hematopiéticos: - SCF, IL-3, IL-7, G-CSF, GM-CSF, M-CSF.
Mediadores e reguladores da imunidade inata
Reconhecimento do vírus. Os RNSs virais induzem a libertação de interferons de tipo I que inibem a replicação viral e proliferação celular; incrementam o potencial litico das celulas NK; e estimulam a expressão de moléculas MHC I.
Detecção de vírus pelas células NK. As células NK activadas liberam citocinas que activam fagócitos, neutrófilos e células endoteliais.
Detecção de bactérias pelos fagócitos mononucleares. Os monócitos/macrófagos activados produzem citocinas que levam à activação de respostas sistémicas como o aumento de temperatura</nowiki>, activação das células T e B e libertação de outras citocinas.

Citocinas mediadoras da função dos linfócitos T e B
Os linfócitos T activados libertam um grande número de citocinas que controlam os efectores da resposta imunitária. Actuam sobre macrófafos, eosinófilos e células endoteliais. Estes participam na diferenciação dos TH em TH1 e TH2.



Citocinas estimuladoras da hematopoiese
Denominam-se fatores estimulantes de colonias(CFS). Estimulação de novas células que substituem as utilizadas na resposta imunitária.

Referências: ABBAS K. ABUL; LICHTMAN; PILLAI SHIV. Imunologia Celular e Molecular. Editora Ltda Elsevier. RJ, 2008.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Citocina



            Essas substancias têm, na maior parte das vezes, ação fisiológica no microambiente onde são produzidas. Entretanto, no caso de sua aplicação para a imunoterapia do câncer, passam a ser usadas em doses muito maiores do que as usualmente encontradas no organismo, exercendo, assim, ação sistêmica. Como conseqüência, o uso clinico de citocinas está associado a efeitos adversos muito importantes, freqüentemente, limitantes para i seu uso.
            As citocinas não são, a princípio células citotóxicas, que devem levar células tumorais à morte, como os quimioterápicos, mas sim substancias moduladoras da função celular.

Forma de imunoterapia
passiva
Inespecífica
Interferon - alfa

Interleucina - 2

Fator de necrose tumoral
Específica
Anticorpos monoclonais




http://www.scielosp.org/scielo.php%3Fscript%3Dsci_arttext%26pid%3DS0036-36342005000600011&usg

                  Citocinas são do próprio corpo moléculas de sinalização que são muitas vezes formadas durante a resposta imune. Elas influenciam, entre outras coisas, o crescimento das células. As citocinas também são mediadores interferon e interleucina, que ocorrem em diferentes formas. para o tratamento do câncer utilizando interferon e interleucina usa o conhecimento sobre a função destes mensageiros químicos que ativam o sistema imunológico e fortalecer contra certos tipos de câncer. Como efeitos colaterais da terapia do câncer com interferon ou interleucina pode parecer à primeira vista sintomas gripais, como febre, dores no corpo e dores de cabeça, e depois aumentou os prejuízos, tais como depressão e confusão.

Interferon em câncer.O interferon é uma molécula de sinalização endógena que permite que o sistema imunológico em alerta e aumentou dirige certas células do sistema imune nessas regiões do corpo, no qual as células são infectadas ou células cancerosas. Podemos distinguir vários tipos de interferon.
Em particular, o interferon alfa no tratamento de alguns tipos de câncer é utilizado, geralmente combinado com outros métodos de tratamento. Assim interferon alfa, por exemplo, no tratamento do câncer de linfoma não-Hodgkin determinados em carcinoma de células renais avançado ou câncer de pele para o tratamento de uma certa forma, o sarcoma de Kaposi da associada ao HIV, são utilizados.


        

sábado, 18 de setembro de 2010

SEMINÁRIO: ANTI-INFLAMATÓRIOS

Anti-inflamatório

A inflamação (do Latim inflammatio, atear fogo) ou processo inflamatório é uma resposta dos organismos vivos homeotérmicos a uma agressão sofrida. Entende-se como agressão qualquer processo capaz de causar lesão celular ou tecidual. Esta resposta padrão é comum a vários tipos de tecidos e é mediada por diversas substâncias produzidas pelas células danificadas e células do sistema imunitário que se encontram eventualmente nas proximidades da lesão.
A inflamação pode também ser considerada como parte do sistema imunitário, o chamado sistema imune inato, assim denominado por sua capacidade para deflagar uma resposta inespecífica contra padrões de agressão previamente e geneticamente definidos pelo organismo agredido. Esta definição se contrapõe à da imunidade adquirida, ou aquela onde o sistema imune identifica agentes agressores específicos segundo seu potencial antigênico. Neste último caso o organismo precisa entrar em contato com o agressor, identificá-lo como estranho e potencialmente nocivo e só então produzir uma resposta.
À agressão tecidual se seguem imediatamente fenômenos vasculares mediados principalmente pela histamina. O resultado é um aumento localizado e imediato da irrigação sangüínea, que se traduz em um halo avermelhado em torno da lesão (hiperemia ou rubor). (fig. 0.1) Em seguida tem início a produção local de mediadores inflamatórios que promovem um aumento da permeabilidade capilar e também quimiotaxia, processo químico pelo qual células polimorfonucleares, neutrófilos e macrófagos são atraídos para o foco da lesão. Estas células, por sua vez, realizam a fagocitose dos elementos que estão na origem da inflamação e produzem mais mediadores químicos, dentre os quais estão as citocinas (como, por exemplo, o fator de necrose tumoral e as interleucinas), quimiocinas, bradicinina, prostaglandinas e leucotrienos. Também as plaquetas e o sistema de coagulação do sangue são ativados visando conter possíveis sangramentos. Fatores de adesão são expressos na superfície das células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos internamente. Estes fatores irão mediar a adesão e a diapedese de monócitos circulantes e outras células inflamatórias para o local da lesão. (fig.0.2)

Fig. 0.1 Abscesso na pele, mostrando edema e hiperemia característicos da inflamação, com área central necrótica de cor escura.


Fig. 0.2 Os neutrófilos migram dos vasos sangüíneos para o tecido inflamado via quimiotaxia, e então removem os agentes patológicos através da fagocitose e da degranulação.

Em resumo, todos estes fatores atuam em conjunto, levando aos eventos celulares e vasculares da inflamação. Resulta em um aumento do calibre de capilares responsáveis pela irrigação sanguínea local, produzindo mais hiperemia e aumento da temperatura local (calor).  O edema ou inchaço ocorre a partir do aumento da permeabilidade vascular aos componentes do sangue, o que leva ao extravassamento do líquido intravascular para o espaço intersticial extra-celular. A dor, outro sintoma característico da inflamação, é causada primariamente pela estimulação das terminações nervosas por algumas destas substâncias liberadas durante o processo inflamatório, por hiperalgesia (aumento da sensibilidade dolorosa) promovida pelas prostaglandinas e pela bradicinina, mas também em parte por compressão relacionada ao edema.




Alimentos anti-inflamatórios
O sistema imunológico humano possui uma série de mecanismos inteligentes, capazes de ativar um exército de células e de reações químicas em defesa do organismo. Embora pareça um problema, uma inflamação específica de tecido ou de um órgão é, em muitos casos, a resposta da imunidade contra vírus, bactérias, produtos químicos e outras agressões externas. Durante o desenvolvimento do processo inflamatório, o sistema imunológico desencadeia várias mudanças metabólicas, celulares e hormonais, responsáveis por enviar ao local lesado anticorpos defensores de complicações. Essa reação em cadeia ocorre com maior ou menor intensidade conforme a resistência do indivíduo, adquirida em grande parte por uma alimentação adequada e rica em nutrientes “antiinflamatórios”!
Cientistas, nutrólogos e nutricionistas explicam que algumas substâncias, como o ácido graxo ômega 3, a alicina, a antocianina e a vitamina C, são classificados dessa forma, pois têm capacidade de aumentar a secreção de alguns hormônios que inibem e/ou bloqueiam a ação inflamatória para reparar uma lesão. “O processo inflamatório serve como barreira do organismo para microrganismos nocivos não penetrarem nas mucosas e feridas e comprometerem a saúde. Sendo que, os alimentos têm um papel muito importante nesse processo, pois ajudam a fortalecer o sistema imunológico e o equilíbrio de todas as funções básicas do organismo”, afirma Roseli Rossi, nutricionista especialista em Nutrição Clínica, ao acrescentar que: “Atualmente, muitos  estudos estão em desenvolvimento no mundo para explicar a atividade antiinflamatória de alguns compostos existentes nos alimentos”. (fig. 0.3)


Os pesquisadores relatam que a quantidade de agentes fitoquímicos (vitaminas, minerais e antioxidantes), de ácidos graxos essenciais, de complexos bioativos e a carga glicêmica dos alimentos são os fatores que conferem maior ou menor capacidade antiinflamatória aos alimentos. Baseada nesses critérios, a nutricionista norte-americana Monica Reinagel, autora do livro The Inflammation Free – Diet Plan conseguiu atribuir em suas pesquisas um Fator Inflamatório (IF) a uma série de alimentos, que exercem impacto positivo ou negativo sobre o organismo quando entra na circulação. Na tabela de Reinagel, o alho macerado, por exemplo, possui IF positivo de 4939, fator que coloca o alimento no topo dos classificados como antiinflamatórios, já que possui substâncias bioativas com potencial de modular o processo inflamatório. O salmão vem logo em seguida com IF 601, seguido do atum (IF 464) e da cebola (IF 387). Os peixes, em especial de águas frias, são ótimas fontes de ácidos graxos ômega 3, que são convertidos em substâncias semelhantes aos hormônios que reduzem inflamações, assim como o azeite de oliva extravirgem e a semente de linhaça.

“O ômega 3 é um ácido graxo monoinsaturado que colabora com a redução do LDL-colesterol e o aumento do HDL. Com o colesterol em dia, esses nutrientes antiinflamatórios acabam tendo função cardioprotetora também”, informa Roseli Rossi. Graças à existência de fitoquímicos como a catequina, esse benefício ao coração também é conferido ao chá verde, extraído da Camellia sinensis e rico em antioxidantes. A nutricionista explica que os nutrientes presentes no chá verde favorecem a menor absorção de gordura e a redução do LDL-colesterol, o que reduz o risco para doenças cardiovasculares.

Também estão na lista de nutrientes antiinflamatórios a vitamina C, presente nas frutas cítricas e no brócolis; a antocianina existente nas frutas vermelhas como romã, melancia, cereja, morango e goiaba; o licopeno do tomate e a quercetina da maçã, entre outras verduras e frutas que possuem fitosubstâncias com propriedade antiinflamatória. (fig. 0.3)



Referência:
http://www.exercitandosaude.com.br/index.php?conteudo=select_alirecom2&id=99

Fig. 0.3



FÁRMACOS ANTI-INFLAMATÓRIOS

Enquanto a palavra inflamação é derivada do latim in significando "em" associado a flamma que significa "fogacho" (calor e rubor) + o sufixo ação (atividade), no termo anti-inflamatório é acrescentado o prefixo derivado do grego anti que significa "contra" a inflamação.
Como a inflamação geralmente provoca o edema e outras alterações que afetam as
terminações nervosas provocando a dor, a melhora da inflamação leve a moderada diminui a sensibilidade dolorosa, tendo os anti-inflamatórios, portanto, também ação analgésica.
A palavra analgésico deriva de analgesia, do grego an que significa "sem", e, de algon, significando "dor".
A inflamação é desencadeada pela liberação de mediadores químicos originados nas células migratórias e nos tecidos lesados. A inflamação pode ser uma resposta protetora e normal quando causada por agentes microbiológicos, por substâncias químicas ou por trauma físico podendo ser benéfica. Entretanto, a inflamação pode ser também provocada impropriamente por um agente inócuo ou por doença auto-imune, como ocorre na Artrite Reumatóide, sendo lesiva ou deletéria.
As doenças auto-imunes são provocadas pelo ataque do sistema imune do organismo a seus próprios tecidos, ou seja, são provocadas por respostas imunes inadequadas.
Os mediadores químicos variam de acordo com o processo inflamatório. Os fosfolipídios das membranas plasmáticas liberados pela destruição das células (por exemplo, dos neutrófilos, e, dos monócitos) podem ser transformados no ácido araquidônico em seus derivados, quase sempre através de enzimas especificas, levando formação de mediadores químicos que participam do processo inflamatório, conforme resumo do esquema no final desta Apostila.
A escolha e a via de administração dos medicamentos analgésicos dependem da natureza e da duração da dor.
Geralmente, a dor leve e moderada é tratada com os fármacos anti-inflamatórios não
esteróides denominados como AINEs (por exemplo, cefaléia, dismenorréia, dor articular e/oumuscular).
A dor aguda intensa (devido a queimaduras, pós-operatórias, fraturas ósseas, câncer, artrite grave) é tratada com derivados da morfina, denominados opióides.
A dor neuropática crônica (por exemplo, devido a amputação de extremidades) que não responde aos opióides é tratada com fármacos antidepressivos tricíclicos. Mas, devido a possibilidade de efeitos adversos dos fármacos anti-inflamatórios, inicialmente, deve-se considerar as opções não farmacológicas para o tratamento de problemas musculoesqueléticos comuns, como a perda de peso (para pacientes que se encontram acima do peso), e, a fisioterapia.


Referência: http://easo.com.br/Downloads/Farmacos%20Anti-inflamatorios.pdf