domingo, 21 de novembro de 2010

AULA 19/11/2010

CONTINUAÇÃO DAS REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE

Hipersensibilidade tipo II

Hipersinsibilidade tipo II também é conhecida como hipersensibilidade citotóxica e pode afetar uma variedade de órgãos e tecidos. Os antígenos são normalmente endógenos, embora agentes químicos exógenos (haptenos) que podem se ligar a membranas celulares podem também levar a hipersensibilidade tipo II. Anemia hemolítica induzida por drogas, granulocitopenia e trombocitopenia são exemplos. O tempo de reação é minutos a horas. A hipersensibilidade tipo II é primariamente mediada por anticorpos das classes IgM ou IgG e complemento (Figura 1). Fagócitos e células K também participam (ADCC).


Fig. 1 Mecanismo de citotosicidade tipo II


A lesão contém anticorpos, complemento e neutrófilos. Testes diagnósticos incluem detecção de anticorpos circulantes contra tecidos envolvidos e a presença de anticorpos e complemento na lesão (biópsia) por imunofluorescência. O padrão de coloração é normalmente suave e linear, tal como visto na nefrite de Goodpasture (membrana basal renal e pulmonar) (figura 2A) e pênfigo (proteína intercelular da pele, desmossomo) (figura 2B).


Fig. 2A Coloração imunofluorescente de imunoglobina G.


Fig. 2B Imunofluorescência para penfigo vugar.

Tratamento envolve agentes anti-inflamatórios e imunosupressores.




HIPERSENSIBILIDADETIPO III 


Hipersensibilidade tipo III é também conhecida como hipersensibilidade imune complexa. A reação pode ser geral (ex. doença do soro) ou envolve órgãos individuais incluingo pele (ex. lupus eritematoso sistêmico, reação de Arthus), rins (ex. nefrite do lupus), pulmões (ex. aspergilose), vasos sanguíneos (ex. poliarterite), juntas (ex. artrite reumatóide) ou outros órgãos. Esta reação pode ser o mecanismo patogênico de doenças causadas por muitos microrganismos.
A reação deve levar 3 - 10 horas após exposição ao antígeno (como na reação de Arthus). É mediada por complexos imunes solúveis. São na maioria de classe IgG, embora IgM possa estar também envolvida. O antígeno pode ser exógeno (bacteriano crônico, viral ou infecções parasitárias), ou endógeno (autoimunidade não órgão-específica: ex. lupus eritematoso sistêmico, LES). O antígeno é solúvel e não ligado ao órgão envolvido. Componentes primários são complexos imunes solúveis e complementos (C3a, 4a e 5a). O dano é causado por plaquetas e neutrófilos (Figura 4). A lesão contém primariamente neutrófilos e depósitos de complexos imunes e complemento. Macrófagos infiltrantes em estágios avançados podem estar envolvidos no processo de recuperação.
A afinidade do anticorpo e tamanho dos complexos imunes são importantes na produção de doença e na determinação do tecido envolvido. O diagnóstico envolve exame de biópsias do tecido para depósitos de Ig e complemento por imunofluorescência. A coloração imunofluorescente na hipersensibilidade tipo III é granular (ao contrário da linear no tipo II como visto na síndrome de Goodpasture). A presença de complexos imunes no soro e diminuição do nível do complemento também são diagnostigadores. Turbidez mediada por polietileno-glicol (nefelometria), ligação de C1q e teste celular de Raji são utilizados para detectar complexos imunes. O tratamento inclui agentes anti-inflamatórios.


Hipersensibilidade tipo IV

Hipersensibilidade tipo IV é também conhecida como mediada por células ou hipersensibilidade tardia. O exemplo clássico dessa hipersensibilidade é a reação (Mantoux) tuberculínica (figura 3) que atinge um pico em 48 horas após a injeção do antígeno (PPD ou antiga tuberculina). A lesão é caracterizada por calosidade e eritema.


Fig. 3 Teste intradérmico para tuberculose.

A hipersensibilidade tipo IV está envolvida na patogênese de muitas doenças autoimunes e infecciosas (tuberculose, lepra, blastomicose, histoplasmose, toxoplasmose, leishmaniose, etc.) e granulomas devido a infecções e antígenos estranhos. Uma outra forma de hipersensibilidade tardia é a dermatite de contato (hera venenosa, agentes químicos, metais pesados, etc.) nos quais as lesões são mais papulares. Hipersensibilidade tipo IV pode ser classificada em três categorias dependendo do tempo de início e apresentação clínica e histológica.
Os mecanismos de dano na hipersensibilidade tardia incluem linfócitos T e monócitos e/ou macrófagos. Células T citotóxicas causam danos diretos enquanto que células auxiliates T (TH1) secretam citocinas que ativam células T citotóxicas e recrutam e ativam monócitos e macrófagos, que causam a maioria das lesões (figura 4). As lesões da hipersensibilidade tardia contém principalmente monócitos e algumas células T.





Fig. 4 Mecanismo de dano em hipersensibilidade imune complexa. 

Linfocinas importantes envolvidas na reação da hipersensitividade tardia incluem fator quimiotáctico dos monócitos, interleucina-2, interferon-gama, TNF alpha/beta, etc.
Testes diagnósticos in vivo incluem reação cutânea tardia (ex. teste Mantoux (figura 3) e teste local (para dermatite de contato). Testes in vitro para hipersensibilidade tardia incluem resposta mitogênica, linfo-citotoxicidade e produção de IL-2.
Corticosteróides e outros agentes imunossupressores são usados no tratamento.


RESISTÊNCIA E IMUNIZAÇÃO DAS RESPOSTAS IMUNOLÓGICAS ÀS DOENÇAS INFECCIOSAS

0.1 Características gerais das respostas imunológicas ao micro-organismo
  • defesa é mediada pelas imunidades natural e adquirida;
  • há diversidade e especificidade da resposta imunológica;
  • a evasão ou resistência do micro-organismo influenciam no prognóstico da doença.
0.2 Imunidade às bactérias extra celulares
  • induzem inflamação (purulentas);
  • produzem toxinas;
  • imunidade natural: ativação do complemento, fagocitose, resposta inflamatória;
  • imunidade adquirida: ação da imunidade humoral que bloqueia a infecção, neutralização de toxinas, ativação do complemento pela via clássica, produção de citocinas pelas células T que estimulam a produção de AC;
  • evasão: bactérias ricas em polissacarídeo resistem á fagocitose e inibem o complemento.
0.3 Imunidade às bactérias intra celulares
São bactérias que se multiplicam dentro dos macrófagos.
  • imunidade natural: consiste principalmente, em fagócitos e células NK que controlam o crescimento bacteriano;
  • imunidade adquirida: mediada por células citotóxicas que destroem as células infectadas.
0.4 Imunidade as fungos
Os fungos são oportunistas, pessoas com a imunidade baixa estão mais expostas a esses fungos. Exemplos de doenças: pneumocistas jiroveci.
  • imunidade natural mediada por macrófagos e neutrófilos;
  • imunidade adquirida: mediada por células T e AC.
0.5 Imunidade aos vírus
São parasitas intra celulares obrigatórios causando a lise celular que os afetam/infectam.
  • imunidade inata: ocorre a inflamação da infecção pela ação de interferon e por células NK;
  • imunidade adquirida: mediadas por linfócitos T citotóxicos além da ação de AC que neutralizam os vírus. Exemplo herps, raiva, poliomielite.

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