sábado, 18 de setembro de 2010

SEMINÁRIO: ANTI-INFLAMATÓRIOS

Anti-inflamatório

A inflamação (do Latim inflammatio, atear fogo) ou processo inflamatório é uma resposta dos organismos vivos homeotérmicos a uma agressão sofrida. Entende-se como agressão qualquer processo capaz de causar lesão celular ou tecidual. Esta resposta padrão é comum a vários tipos de tecidos e é mediada por diversas substâncias produzidas pelas células danificadas e células do sistema imunitário que se encontram eventualmente nas proximidades da lesão.
A inflamação pode também ser considerada como parte do sistema imunitário, o chamado sistema imune inato, assim denominado por sua capacidade para deflagar uma resposta inespecífica contra padrões de agressão previamente e geneticamente definidos pelo organismo agredido. Esta definição se contrapõe à da imunidade adquirida, ou aquela onde o sistema imune identifica agentes agressores específicos segundo seu potencial antigênico. Neste último caso o organismo precisa entrar em contato com o agressor, identificá-lo como estranho e potencialmente nocivo e só então produzir uma resposta.
À agressão tecidual se seguem imediatamente fenômenos vasculares mediados principalmente pela histamina. O resultado é um aumento localizado e imediato da irrigação sangüínea, que se traduz em um halo avermelhado em torno da lesão (hiperemia ou rubor). (fig. 0.1) Em seguida tem início a produção local de mediadores inflamatórios que promovem um aumento da permeabilidade capilar e também quimiotaxia, processo químico pelo qual células polimorfonucleares, neutrófilos e macrófagos são atraídos para o foco da lesão. Estas células, por sua vez, realizam a fagocitose dos elementos que estão na origem da inflamação e produzem mais mediadores químicos, dentre os quais estão as citocinas (como, por exemplo, o fator de necrose tumoral e as interleucinas), quimiocinas, bradicinina, prostaglandinas e leucotrienos. Também as plaquetas e o sistema de coagulação do sangue são ativados visando conter possíveis sangramentos. Fatores de adesão são expressos na superfície das células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos internamente. Estes fatores irão mediar a adesão e a diapedese de monócitos circulantes e outras células inflamatórias para o local da lesão. (fig.0.2)

Fig. 0.1 Abscesso na pele, mostrando edema e hiperemia característicos da inflamação, com área central necrótica de cor escura.


Fig. 0.2 Os neutrófilos migram dos vasos sangüíneos para o tecido inflamado via quimiotaxia, e então removem os agentes patológicos através da fagocitose e da degranulação.

Em resumo, todos estes fatores atuam em conjunto, levando aos eventos celulares e vasculares da inflamação. Resulta em um aumento do calibre de capilares responsáveis pela irrigação sanguínea local, produzindo mais hiperemia e aumento da temperatura local (calor).  O edema ou inchaço ocorre a partir do aumento da permeabilidade vascular aos componentes do sangue, o que leva ao extravassamento do líquido intravascular para o espaço intersticial extra-celular. A dor, outro sintoma característico da inflamação, é causada primariamente pela estimulação das terminações nervosas por algumas destas substâncias liberadas durante o processo inflamatório, por hiperalgesia (aumento da sensibilidade dolorosa) promovida pelas prostaglandinas e pela bradicinina, mas também em parte por compressão relacionada ao edema.




Alimentos anti-inflamatórios
O sistema imunológico humano possui uma série de mecanismos inteligentes, capazes de ativar um exército de células e de reações químicas em defesa do organismo. Embora pareça um problema, uma inflamação específica de tecido ou de um órgão é, em muitos casos, a resposta da imunidade contra vírus, bactérias, produtos químicos e outras agressões externas. Durante o desenvolvimento do processo inflamatório, o sistema imunológico desencadeia várias mudanças metabólicas, celulares e hormonais, responsáveis por enviar ao local lesado anticorpos defensores de complicações. Essa reação em cadeia ocorre com maior ou menor intensidade conforme a resistência do indivíduo, adquirida em grande parte por uma alimentação adequada e rica em nutrientes “antiinflamatórios”!
Cientistas, nutrólogos e nutricionistas explicam que algumas substâncias, como o ácido graxo ômega 3, a alicina, a antocianina e a vitamina C, são classificados dessa forma, pois têm capacidade de aumentar a secreção de alguns hormônios que inibem e/ou bloqueiam a ação inflamatória para reparar uma lesão. “O processo inflamatório serve como barreira do organismo para microrganismos nocivos não penetrarem nas mucosas e feridas e comprometerem a saúde. Sendo que, os alimentos têm um papel muito importante nesse processo, pois ajudam a fortalecer o sistema imunológico e o equilíbrio de todas as funções básicas do organismo”, afirma Roseli Rossi, nutricionista especialista em Nutrição Clínica, ao acrescentar que: “Atualmente, muitos  estudos estão em desenvolvimento no mundo para explicar a atividade antiinflamatória de alguns compostos existentes nos alimentos”. (fig. 0.3)


Os pesquisadores relatam que a quantidade de agentes fitoquímicos (vitaminas, minerais e antioxidantes), de ácidos graxos essenciais, de complexos bioativos e a carga glicêmica dos alimentos são os fatores que conferem maior ou menor capacidade antiinflamatória aos alimentos. Baseada nesses critérios, a nutricionista norte-americana Monica Reinagel, autora do livro The Inflammation Free – Diet Plan conseguiu atribuir em suas pesquisas um Fator Inflamatório (IF) a uma série de alimentos, que exercem impacto positivo ou negativo sobre o organismo quando entra na circulação. Na tabela de Reinagel, o alho macerado, por exemplo, possui IF positivo de 4939, fator que coloca o alimento no topo dos classificados como antiinflamatórios, já que possui substâncias bioativas com potencial de modular o processo inflamatório. O salmão vem logo em seguida com IF 601, seguido do atum (IF 464) e da cebola (IF 387). Os peixes, em especial de águas frias, são ótimas fontes de ácidos graxos ômega 3, que são convertidos em substâncias semelhantes aos hormônios que reduzem inflamações, assim como o azeite de oliva extravirgem e a semente de linhaça.

“O ômega 3 é um ácido graxo monoinsaturado que colabora com a redução do LDL-colesterol e o aumento do HDL. Com o colesterol em dia, esses nutrientes antiinflamatórios acabam tendo função cardioprotetora também”, informa Roseli Rossi. Graças à existência de fitoquímicos como a catequina, esse benefício ao coração também é conferido ao chá verde, extraído da Camellia sinensis e rico em antioxidantes. A nutricionista explica que os nutrientes presentes no chá verde favorecem a menor absorção de gordura e a redução do LDL-colesterol, o que reduz o risco para doenças cardiovasculares.

Também estão na lista de nutrientes antiinflamatórios a vitamina C, presente nas frutas cítricas e no brócolis; a antocianina existente nas frutas vermelhas como romã, melancia, cereja, morango e goiaba; o licopeno do tomate e a quercetina da maçã, entre outras verduras e frutas que possuem fitosubstâncias com propriedade antiinflamatória. (fig. 0.3)



Referência:
http://www.exercitandosaude.com.br/index.php?conteudo=select_alirecom2&id=99

Fig. 0.3



FÁRMACOS ANTI-INFLAMATÓRIOS

Enquanto a palavra inflamação é derivada do latim in significando "em" associado a flamma que significa "fogacho" (calor e rubor) + o sufixo ação (atividade), no termo anti-inflamatório é acrescentado o prefixo derivado do grego anti que significa "contra" a inflamação.
Como a inflamação geralmente provoca o edema e outras alterações que afetam as
terminações nervosas provocando a dor, a melhora da inflamação leve a moderada diminui a sensibilidade dolorosa, tendo os anti-inflamatórios, portanto, também ação analgésica.
A palavra analgésico deriva de analgesia, do grego an que significa "sem", e, de algon, significando "dor".
A inflamação é desencadeada pela liberação de mediadores químicos originados nas células migratórias e nos tecidos lesados. A inflamação pode ser uma resposta protetora e normal quando causada por agentes microbiológicos, por substâncias químicas ou por trauma físico podendo ser benéfica. Entretanto, a inflamação pode ser também provocada impropriamente por um agente inócuo ou por doença auto-imune, como ocorre na Artrite Reumatóide, sendo lesiva ou deletéria.
As doenças auto-imunes são provocadas pelo ataque do sistema imune do organismo a seus próprios tecidos, ou seja, são provocadas por respostas imunes inadequadas.
Os mediadores químicos variam de acordo com o processo inflamatório. Os fosfolipídios das membranas plasmáticas liberados pela destruição das células (por exemplo, dos neutrófilos, e, dos monócitos) podem ser transformados no ácido araquidônico em seus derivados, quase sempre através de enzimas especificas, levando formação de mediadores químicos que participam do processo inflamatório, conforme resumo do esquema no final desta Apostila.
A escolha e a via de administração dos medicamentos analgésicos dependem da natureza e da duração da dor.
Geralmente, a dor leve e moderada é tratada com os fármacos anti-inflamatórios não
esteróides denominados como AINEs (por exemplo, cefaléia, dismenorréia, dor articular e/oumuscular).
A dor aguda intensa (devido a queimaduras, pós-operatórias, fraturas ósseas, câncer, artrite grave) é tratada com derivados da morfina, denominados opióides.
A dor neuropática crônica (por exemplo, devido a amputação de extremidades) que não responde aos opióides é tratada com fármacos antidepressivos tricíclicos. Mas, devido a possibilidade de efeitos adversos dos fármacos anti-inflamatórios, inicialmente, deve-se considerar as opções não farmacológicas para o tratamento de problemas musculoesqueléticos comuns, como a perda de peso (para pacientes que se encontram acima do peso), e, a fisioterapia.


Referência: http://easo.com.br/Downloads/Farmacos%20Anti-inflamatorios.pdf

 

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